Crítica do filme O Assassino (2023), lançamento disponível na Netflix que marca o retorno de David Fincher ao domínio dos thrillers. Inscreva-se no canal e siga os nossos perfis nas redes sociais: lnk.bio/FalandoCinema.
As razões que me levaram a escrever este texto foram distintas. Do início de uma apreciação acerca do protagonista de Quando os Homens são Homens (1971) a uma crítica de Galante e Sanguinário (1957), passando por discussões com colegas acerca do western , uma questão insistia em avançar para o primeiro plano dos debates: o faroeste revisionista, termo comumente utilizado para se referir a uma safra de filmes produzidos sobretudo ao longo dos anos 1960 e 1970, os quais teriam começado a questionar as formas, os ideais e as tradições do gênero. Os exemplares que surgiram no decorrer dessas duas décadas naturalmente absorveram de modo inconsciente ou incorporaram de maneira consciente discussões e tensões pertinentes à época. Por mais batida que seja, aqui podem lembrar da célebre frase atribuída a Éric Rohmer: “todo filme é também um documento de sua época”. Sendo assim, em tempos de contracultura, não deveríamos ficar surpresos ao vê-la espelhada, projetada ou refletida nas telas de
A continuidade da depuração estética empreendida por Tourneur chegará ao extremo por meio das mais inexpressivas formas, mediante os mais irresolutos conflitos interiores. Na última sessão do CineClube Sganzerla, comentamos a respeito dos aspectos formais de Tabu (1931), sobretudo do nível de expressividade e maturação o qual a linguagem do cinema de Murnau havia alcançado àquela altura do campeonato. O cineasta alemão, advindo da escola expressionista, em seu canto do cisne supera quaisquer catalogações que poderíamos arriscar acerca da sua arte para entregar a obra fatalista definitiva. Encerrada a discussão, eu fui sorteado para escolher o filme que será debatido no próximo encontro, com uma única condição: deveria ser de horror. Não demorou muito para o título saltar à minha mente: I Walked With a Zombie (1943), de Jacques Tourneur, o qual eu ainda não havia tido a oportunidade de assistir. Para além do gênero imposto, a minha escolha se deu pelo fato de ambos os longas-metragens
Por Patrick Holzapfel. It’s just a place . A place can be crossed . (Gregory Peck como “Stretch” Dawson em Yellow Sky de William A. Wellman) 1 Aqueles que tendem a se perder na floresta são frequentemente aconselhados a seguir em frente em uma única direção. Em algum momento, a floresta tem que acabar. Isso pode ser verdade. Mas também é fato que: se você continuar adiante, em algum momento terá andado em círculos e acabará voltando para a floresta. Isso sem falar em tudo o que precisa ser removido do caminho (batido, chutado, arrancado) para que seja possível avançar (dirigir, voar) em linha reta. Ninguém deveria dizer que as linhas mais retas possíveis entre dois pontos são apenas uma construção mental. Nós a encontramos em todos os lugares, ela está sujeita aos princípios de simplificação, conveniência e aceleração. O cinema, como o conhecemos, é uma arte que vai em frente. Isso significa: olhamos para a frente, um filme passa em linha reta (avançando ou raramente recuando, mas nun
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