Crítica de Irmã Morte (2023), do mesmo diretor (Paco Plaza) de Verónica (2017). Inscreva-se no canal e siga os nossos perfis nas redes sociais: lnk.bio/FalandoCinema.
As razões que me levaram a escrever este texto foram distintas. Do início de uma apreciação acerca do protagonista de Quando os Homens são Homens (1971) a uma crítica de Galante e Sanguinário (1957), passando por discussões com colegas acerca do western , uma questão insistia em avançar para o primeiro plano dos debates: o faroeste revisionista, termo comumente utilizado para se referir a uma safra de filmes produzidos sobretudo ao longo dos anos 1960 e 1970, os quais teriam começado a questionar as formas, os ideais e as tradições do gênero. Os exemplares que surgiram no decorrer dessas duas décadas naturalmente absorveram de modo inconsciente ou incorporaram de maneira consciente discussões e tensões pertinentes à época. Por mais batida que seja, aqui poderíamos lembrar da célebre frase atribuída a Éric Rohmer: “todo filme é também um documento de sua época”. Sendo assim, em tempos de contracultura, não deveríamos ficar surpresos ao vê-la espelhada, projetada ou refletida nas ...
Por Barbara Hammer. Os filmes, escritos críticos e estratégias de exibição e distribuição de Maya Deren influenciaram enormemente tanto minha carreira de cineasta quanto minha vida profissional. Eu fui uma iniciante tardia, com trinta anos, quando entrei na escola de cinema na Universidade Estadual de São Francisco. Tentei muitas profissões diferentes: caixa de banco, conselheira de reformatório juvenil e diretora de playground, mas nenhuma delas se encaixava. Reconhecendo que algo dentro de mim não estava sendo expresso, decidi ser artista. Em vez de pintar, o que adoro profundamente, escolhi o cinema, porque essa disciplina inclui estética, além de investigação filosófica e política . No meu curso de história do cinema, havia poucas mulheres, mas, como feministas emergentes, éramos francas. Connie, Veronica e eu sempre nos sentávamos juntas e criticávamos os cineastas homens cuja obra víamos todos os dias. Meu braço se cansava de fazer perguntas: onde estava a mãe de Pudovkin? Não ha...
Por Patrick Holzapfel. Cabe aqui uma observação preliminar: o fato de os distribuidores de filmes, que são tão ousados em suas por vezes imaginativas traduções para o alemão, evitarem o termo histórico " Interessengebiet " em favor de " Zone of Interest ", o que soa mais como um emocionante filme de ficção científica para os ouvidos alemães, não passa de covardia orientada para o mercado (embora, no caso de Jonathan Glazer, todos os seus filmes anteriores tenham sido lançados nos cinemas com o título original em inglês). Assim fica mais fácil manter à distância a idílica agitação da casa nazista ao lado do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, pelo menos em teoria. Como essa não é a única contradição do filme, que é dedicado exclusivamente aos perpetradores, não vamos nos deter nela por muito tempo. Há, por exemplo, a questão da adaptação. Aparentemente, como lemos nos créditos, o filme é baseado no romance homônimo do autor britânico Martin Amis. Entretanto,...
Comentários
Postar um comentário