10 filmes para conhecer a Nova Hollywood

Esta é a primeira lista de filmes do blog, espero que vocês gostem do formato! Mais uma vez comentarei a respeito da Nova Hollywood, movimento cinematográfico que revolucionou o cinema estadunidense na década de 1970. Selecionar apenas 10 títulos de um extenso período (a Nova Hollywood encerra-se em 1980) foi uma tarefa complicada. No entanto, acredito que as indicações (torço para que vocês assistam pelo uma dessas obras) contemplaram momentos importantes do movimento.


Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas [Bonnie and Clyde, 1967], de Arthur Penn

Durante a Grande Depressão, Bonnie (Faye Dunaway) conhece Clyde (Warren Beatty) de forma inusitada, os jovens se apaixonam e tornam-se uma dupla de assaltantes que ficará marcada para sempre na história dos Estados Unidos. Mesmo possuindo diversos elementos da Hollywood clássica, o filme de Arthur Penn conseguiu trazer ousadia e juventude para os cinemas estadunidenses, no maior estilo Nouvelle Vague. Com a união desses elementos Bonnie e Clyde conquistou público e crítica. Além disso, abriu o caminho para outras importantes produções da Nova Hollywood


Sem Destino [Easy Rider, 1969], de Denis Hopper

Após ganharem uma quantia considerável de dinheiro traficando drogas, os motoqueiros Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Dennis Hopper) viajam para o leste dos Estados Unidos, com a ambição de visitar Nova Orleans durante o Mardi Gras, um famoso carnaval. A trama simples pode enganar os desavisados, visto que Sem Destino está longe de ser um road movie comum. Peter, Dennis e o escritor Terry Southern escreveram um roteiro libertador e alucinógeno para o filme, que é considerado até hoje o marco inicial da Nova Hollywood. Aqui, temos a obra síntese da contracultura no cinema, responsável por projetar nas telas a geração pós-1968.


Corrida Sem Fim [Two-Lane Blacktop, 1971], de Monte Hellman

Dois jovens (James Taylor e Dennis Wilson) viajam pelos Estados Unidos abordo de um Chevy 55 disputando corridas. Acompanhados de uma garota (Laurie Bird), eles conhecem G.T.O (Warren Oates) e travam uma corrida até Washington. A obra-prima de Monte Hellman viaja ao lado de jovens descrentes do futuro. Hellman demonstra controle absoluto de sua mise-en-scène, compondo um dos melhores filmes da Nova Hollywood. De maneira minimalista e melancólica, Corrida Sem Fim fotografa olhares perdidos em uma época de grandes mudanças. 


Procura Insaciável [Taking Off, 1971], de Miloš Forman 

Após descobrirem que a filha adolescente desapareceu, provavelmente com um grupo de hippies, os pais partem em sua busca. Nas ruas, o casal conhecerá uma nova juventude. Procura Insaciável é o primeiro trabalho do checo Miloš Forman no Estados Unidos. Além de dirigir o filme, ele escreveu o roteiro, em conjunto com o renomado Jean-Claude Carrière. Antes de iniciar a produção do longa-metragem, os dois estrangeiros viveram com algumas comunidades hippies, dessa forma, conheceram empiricamente o movimento. Miloš, que na época tinha por volta de 39 anos, optou por filmar a história pelo ponto de vista dos adultos. O resultado: uma comédia imperdível.


Operação França [The French Connection, 1971], de William Friedkin

Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman) e seu parceiro Buddy Russo são detetives em Nova York que descortinam uma rede de tráfico de drogas originada na França. Ao descobrirem que o líder da organização está na cidade, eles iniciam uma frenética busca para interceptar o carregamento e prender o criminoso. William Friedkin revolucionou conceitual e tecnicamente o cinema policial com Operação França. Assim como os subúrbio de Nova York, as personagens (inclusive os protagonistas) são decadentes e violentos. Mesmo com um desfecho negativo, o filme ganhou os Oscar's de Melhor Filme, Diretor e Edição.


Essa Pequena é uma Parada [What's Up, Doc?, 1972], Peter Bogdanovich

Quatro valises de viagem idênticas, uma com joias valiosas, outra com rochas, a terceira com roupas e a última com arquivos governamentais secretos são trocados em um hotel de São Francisco. O argumento emaranhado de Essa Pequena é uma Parada torna-se o cenário perfeito para elaboração de esquetes hilárias. Pesquisador e cinéfilo, o diretor Peter Bogdanovich aproveita o filme para prestar uma homenagem às "comédias malucas". Enfim, uma comédia de pureza fascinante, inserida em uma obra memorável. 


Terra de Ninguém [Badlands, 1973], Terrence Malick

O desequilibrado Kit (Martin Sheen) mata o pai de Holly (Sissy Spacek), sua namorada de 15 anos, que não aprovava o relacionamento deles. Os jovens fogem para Montana. Kit comete novos assassinatos e chama atenção da polícia. A irretocável estreia do erudito cineasta Terrence Malick é uma joia que, felizmente, não foi esquecida na história do cinema. Um conto sobre a sobrevivência abastecida com violência e amor. Malick continua realizando bons filmes, no entanto, Terra de Ninguém é a sua obra-prima.


Taxi Driver [Taxi Driver, 1976], de Martin Scorsese 

Travis Bickle (Robert DeNiro) é um jovem veterano do Vietnã, que volta para Nova York trabalhando como motorista de táxi. Através do emprego, ele conhecerá Betsy (Cybill Sheperd) e Iris (Jodie Foster), uma prostituta de apenas 12 anos. Inegável clássico, Taxi Driver está consolidado para sempre na história do cinema. O icônico protagonista e sua jornada autodestrutiva tornaram-se fonte de inspiração para incontáveis obras. Caso você não tenha assistido ao filme, saiba que ele está disponível no catalogo da Netflix. Corre lá e faça o dever de casa!


A Outra Face da Violência [Rolling Thunder, 1977], de John Flynn

O major Charles Rane (William Devane) volta do Vietnã para sua cidade natal e recebe, como homenagem, muitas moedas de prata. Bandidos invadem a casa do militar para roubar os itens e matam sua esposa e filho. Sem uma das mãos, Charles vai atrás dos criminosos para se vingar. Escrito pelo mesmo roteirista de Taxi Driver, Paul Schrader, A Outra Face da Violência é um daqueles títulos capazes de sintetizar o que foi a Nova Hollywood. A trama é amarga, bruta e intensa. O excelente trabalho técnico do diretor John Flynn, muito estimado por Quentin Tarantino, fecha o pacote. 


Touro Indomável [Raging Bul, 1980], de Martin Scorsese

O pugilista Jake LaMotta (Robert De Niro), conhecido como "o touro do Bronx", sobe na carreira com rapidez. Porém, o comportamento violento e possessivo deixará em ruínas sua vida pessoal. As consequências da ira são retratadas com frieza no longa-metragem, protagonizado por um impressionante De Niro. Mesmo sendo a segunda obra de Martin Scorsese contemplada, encerraremos a lista com Touro Indomável, que para o jornalista Peter Bisking simboliza o final da Nova Hollywood.

Pronto, traçamos uma rápida linha do tempo apontando alguns filmes importantes da Nova Hollywood. Sentiu falta de alguma obra desse período? Fique a vontade para compartilhar outros títulos nos comentários, quem sabe, poderemos elaborar uma segunda lista sobre o movimento. E que tal sugerir o tema da próxima lista? O espaço está aberto para interagirmos, comenta aí. 

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