Melhores filmes do Oscar 2017


No próximo domingo, 26, ocorre a 89ª cerimônia do Oscar. Tenho o costume de registrar as minhas apostas e preferências, neste ano, vou dividir elas com vocês. Sem dúvidas, a estatueta mais aguardada e cobiçada da noite é a de Melhor Filme. Portanto, segue as minhas considerações sobre os nove títulos que disputam o prêmio.

Começando por A Chegada, um dos meus preferidos entre os indicados, que estreou ano passado no Brasil. Amy Adams, completamente esnobada pela Academia, interpreta uma linguista convocada por militares para estabelecer comunicação com extraterrestres que chegaram na Terra. É uma ficção científica incomum que explora com delicadeza os sentimentos humanos e enaltece a virtude do herói intelectual. Embora o filme tenha poucas chances de faturar o prêmio máximo, Denis Villeneuve pode ganhar, de maneira merecida, como Melhor Diretor.

Até o Último Homem me impressionou bastante. O novo trabalho de Mel Gibson conta a história real de um médico do exército que, mesmo recusando-se a pegar em armas e matar pessoas, salvou 75 homens na Segunda Guerra Mundial. Com duas horas e vinte minutos de duração, o filme se transforma por completo a partir da segunda metade. Gibson faz milagre por trás das câmeras e retrata com maestria o terror da guerra. Por mais que tenha sido indicado em várias categorias principais, o longa pode surpreender, no máximo, com uma vitória de Andrew Garfield na categoria de Melhor Ator.

Por falar em atuação, Viola Davis e Denzel Washington entregam performances arrepiantes no drama conjugal Um Limite Entre Nós. O longa-metragem, dirigido por Denzel e baseado em uma peça teatral, aborda muito bem o conflito entre gerações, ilustrado na relação de pai e filho. Viola está conquistando diversos prêmios por este filme e o Oscar de Atriz Coadjuvante deverá ser dela. Porém, o teatro-filmado de Washington dificilmente levará o prêmio da noite, mas ele está perto de conseguir seu terceiro Oscar de Melhor Ator.

Depois de realizar o excelente Whiplash, Damien Chazelle finalmente conseguiu tirar do papel sua obra-prima: La La Land - Cantando Estações. O musical acompanha o romance de um jovem e sonhador casal de artistas que tenta ganhar a vida em Los Angeles. Sucesso de crítica e amado pelo público, o filme conquistou uma legião de fãs. Com 14 indicações ao Oscar, o longa-metragem é o grande favorito da noite. Todas as minhas fichas foram apostadas nele. Chazelle tem tudo para faturar a estatueta de Melhor Diretor, afinal, filmou uma belíssima carta de amor a juventude, a paixão e ao cinema.

Estrelas Além do Tempo se propõe em apresentar uma “história que nunca foi contada”. Baseado em fatos e ambientado na guerra fria, durante a corrida espacial, o filme retrata o cotidiano de negras que trabalhavam com matemática na NASA. O longa-metragem é apenas o segundo no currículo do diretor Theodore Melfi, que explora com um leve humor o preconceito sofrido pelas personagens. No entanto, o destaque fica para as três atrizes principais. Por mais que conte uma história relevante, acho difícil que o filme fature algum Oscar.

Também baseado em fatos, Lion - Uma Jornada Para Casa conta a história do indiano Saroo Brierley. Com cinco anos de idade ele se perdeu da família e foi adotado por um casal de australianos, quando adulto, Saroo utilizou o Google Earth para encontrar seus familiares na Índia. Dev Patel interpreta o protagonista, na fase adulta, e pode receber o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Mesmo sendo emocionante, Lion é fraco, apelativo e quadrado, seria um absurdo ele ganhar como Melhor Filme.

Se existe possibilidades de La La Land não ganhar o Oscar de Melhor Filme é por causa de Moonlight: Sob a Luz do Luar. A produção independente, escrita e dirigida por Barry Jenkins, ganhou notoriedade e prêmios importantes por serem considerados termômetros para o Oscar. O drama acompanha a jornada de autoconhecimento de Chiron, um garoto negro e homossexual, em três momentos específicos: infância, adolescência e vida adulta. É o filme mais sensorial e poético dentre os nove na disputa. O longa-metragem pode vencer em outras categorias, como por exemplo a de Melhor Ator Coadjuvante, afinal, Mahershala Ali está maravilhoso no papel do amável traficante Juan.

A Qualquer Custo foi uma ótima surpresa, o filme do diretor David Mackenzie é um excelente faroeste moderno que resgata a estética do cinema norte-americano dos anos 1970. Acompanhamos dois irmãos que perdem a fazenda da família e decidem assaltar um banco como uma chance de se restabelecerem financeiramente. De início me identifiquei e gostei da irmandade dos personagens principais, interpretados por Chris Pine e Ben Foster, em atuações muito vivas. O veterano Jeff Bridges encarna o delegado que cruza o caminho dos assaltantes, ele concorre ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Resumindo, é um filme honesto e sólido que tem pouquíssimas chances de ganhar algum prêmio.

Por último, mas não menos importante, Manchester À Beira-Mar que é, de longe, o meu preferido dentre os nove indicados. Lee Chandler, vivido por Casey Affleck, retorna para sua cidade natal após a morte do irmão. Ele deverá tomar conta do sobrinho adolescente e encarar as razões que o fizeram deixar aquele lugar. Manchester é um filme belíssimo em todos os aspectos: técnicos, narrativos e cênicos. Com uma performance visceral e memorável, Casey tem que levar o Oscar de Melhor Ator para casa. É uma pena que a obra-prima de Kenneth Lonergan, diretor e roteirista, tenha poucas chances. No entanto, estou na torcida para que ele fique, pelo menos, com o Oscar de Roteiro Original.

E aí, o que vocês acharam dos indicados? Eu achei uma das melhores seleções dos últimos anos do Oscar. Filmes como Manchester À Beira-Mar, A Qualquer Custo, A Chegada e La La Land me agradaram bastante e, com certeza, os assistirei novamente. 

Comentários

  1. Parabéns pelo texto! Realmente, todos os filmes dessa edição estão muito bons. Até O Último Homem foi o meu favorito pessoalmente falando, mas os três favoritíssimos são La La Land (o que eu acho que leva), Manchester À Beira-Mar e Moonlight.
    Resta torcer pra que a academia surpreenda e não seja não previsível!
    Lá bo blog também tem criticas dos filmes indicados a melhor filme, se puder passar lá seria bacana! Abraço!
    www.nerdnasestrelas.com.br

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    1. Olá, Rafa!

      Muito obrigado pelos comentários, de fato foi um ano repleto de bons filmes, com características diferentes e marcantes. Você torceu para Academia surpreender e, pelo visto, surpreendeu. Gostei do teu blog e vou acompanhar as tuas postagens.

      Forte abraço!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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