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Cineclube Sganzerla apresenta: A Conversa Invisível

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O Cineclube Sganzerla apresentará entre os dias 17 e 31 de agosto um ciclo de filmes sobre intimidade negra. A programação, intitulada A Conversa Invisível , propõe um diálogo acerca da memória e um passeio no território do afeto em cinematografias de cineastas como Charles Burnett, Edward Owens, Isaac Julien, Kathleen Collins, entre outros. Os encontros virtuais serão realizados via Google Meet nos domingos dias 17, 24 e 31, a partir das 16h. Clique aqui e inscreva-se para participar .  Leia abaixo o texto de apresentação da curadoria: A Conversa Invisível Por Misael. Há gestos que o mundo não ensina a ver. Há palavras que só se pronunciam com os olhos, com o toque, ou com um silêncio partilhado. Este ciclo de filmes — de Edward Owens a Charles Burnett, de Isaac Julien a Kathleen Collins — compõe uma travessia pela intimidade negra como prática de invenção e resistência. São retratos de relações amorosas, de vínculos familiares e de encontros consigo mesmo, onde a câmera não busca...

Notas sobre Twin Peaks: The Return

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  A incandescente destruição Twin Peaks: The Return, ep. 8, 2017 Por Philippe Fauvel. Uma explosão atômica, o efeito corona de um campo elétrico, fluxos e chiados aliados à intensidade da música de Krzysztof Penderecki, Trenodia às Vítimas de Hiroshima . Em 16 de julho de 1945, no parque White Sands, em Novo México, ocorreu um teste de explosão nuclear. Nós avançamos sobre o cogumelo atômico, o penetramos. O casamento Penderecki-Lynch é aterrorizante, absolutamente trágico. Surge então um feixe de estilhaços em preto e branco, a imagem e o som ressoam mutuamente: as notas sustentadas, seus estridentes e os agudos de todas as cordas riscam a tela. Como gritos num desenho, como arranhões sonoros. Um fundo de grafite insondável e essas nitescências em negativo, e toda a dor do mundo que devasta a alma. Os seres maléficos com rostos carbonizados que povoam a terceira temporada, essas pequenas mãozinhas de lenhadores que se intrometem e fazem o trabalho sujo, explodem crânios ou mancham...

Acerca de A Marca da Forca (1968)

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A Marca da Forca ( Hang ‘Em High , 1968) pode não ser um filme tão bem resolvido — o que passa tanto pela direção de Ted Post quanto pelo trabalho dos roteiristas Leonard Freeman e Mel Goldberg, que, até onde pude ver, não tiveram uma carreira expressiva em Hollywood. Todavia, também por se tratar de um dos primeiros, senão o primeiro, faroeste protagonizado por Clint Eastwood depois da experiência na Itália com a célebre trilogia de faroestes espaguetes de Sergio Leone, algumas questões a respeito do gênero e da persona construída por Eastwood impõem-se no relevo desse campo ainda tão arredio. Eu estava comentando com um amigo, dias atrás, como a obra de Clint enquanto diretor gira em torno das sombras. A estética não explora tão somente o contraste expressionista dos cenários, como também as veias do rosto embrutecido pelo tempo, suscitando assim a carga e o peso dramático acumulados ao longo dos anos como ator — muitas vezes, e talvez mais intensamente, em seus próprios projetos¹....

Cineclube Sganzerla apresenta: Não Mais Haveremos de Suportar

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O  Cineclube Sganzerla  apresentará entre os dias 1º e 8 de junho o ciclo Não Mais Haveremos de Suportar , o qual coloca em perspectiva o conceito de gnose com cinematografias de cineastas como Christopher Maclaine, Jack Chambers, Robert Aldrich e Stan Brakhage.  Os encontros virtuais serão realizados via Google Meet nos domingos dias 1º e 8, a partir das 16h.  Clique aqui e inscreva-se para participar . Leia abaixo o texto de apresentação da curadoria: Por Giovanni Silveira. A gnose, neste contexto, é compreendida a partir de um recorte específico: a realidade permanece como uma prisão — frágil e imperfeita — e, para excedê-la, é necessário buscar uma certa luz. Os bilhões de átomos que constituem a percepção e a matéria já não correspondem plenamente aos significados que lhes são atribuídos pela linguagem. Eles excedem os limites da consciência que temos deles e são feitos de armadilhas. A esses filmes cabe, portanto, aceitar, buscar ou recusar a centelha de ...

Cineclube Sganzerla apresenta: Quem te fala é uma morta

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Vídeo por Marcos Carvalho. O  Cineclube Sganzerla  apresentará entre os dias 20 e 27 de abril um ciclo de filmes com o propósito de revisitar diferentes i maginários cinematográficos sobre fantasmas . As figuras reunidas no programa   Quem te fala é uma morta  habitam obras que compartilham do mesmo  registro melodramático marcado por amores insuperáveis e crimes irresolutos.  Os encontros virtuais serão realizados via Google Meet nos domingos dias 20 e 27, a partir das 16h.  Clique aqui e inscreva-se para participar . Leia abaixo o texto de apresentação da curadoria: Quem te fala é uma morta Por Luiz Brasil. “Herculano, quem te fala é uma morta. Eu morri. Me matei”, assim se apresenta Geni ao seu esposo e aos espectadores, através de uma gravação de voz. A partir desta voz fantasmagórica seremos apresentados a trama de Toda Nudez Será Castigada (1965) de Nelson Rodrigues, que nos revelará o motivo de seu suicídio. Para o dramaturgo carioca o tema não ...

Cineclube Sganzerla apresenta: Cinema. Trabalho.

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  Vídeo por Marcos Carvalho. O Cineclube Sganzerla apresentará entre os dias 9 e 23 de março um ciclo de filmes a propósito da relação entre o cinema e o trabalho. A programação, intitulada Cinema. Trabalho. , coloca em perspectiva obras de cineastas como John Ford, Peter Nestler, Vittorio De Seta, Pedro Costa,  Jean-Marie Straub e Danièle Huillet. Os encontros virtuais serão realizados via Google Meet nos domingos dias 9 e 23, a partir das 16h. Clique aqui e inscreva-se para participar . Leia abaixo o texto de apresentação da curadoria: Cinema. Trabalho. Por Ezequiel Silva. Da saída um tanto quanto mecânica dos operários da fábrica Lumière, registrada pelo cinematógrafo dos pioneiros Auguste e Louis, passando pelas greves e pelos motins arquitetados por Eisenstein, os quais transformaram a práxis cinematográfica soviética em uma verdadeira escola de montagem, chegaríamos à conclusão de que o trabalho sempre animou o cinema? Não poderia ser diferente, tratando-se da expressão...

PREMINGER (Otto)

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Por Jean Wagner. Isso foi na época em que Preminger ainda não estava envolvido com as grandes máquinas: ele realizou filmes que passaram praticamente despercebidos e a produção americana não daria muita importância a esse diretor que, infelizmente, sabia o que queria. Se pelo menos Preminger tivesse continuado a ser o homem sensível de O Rio das Almas Perdidas . Se ele pudesse conservar aquele senso de vibração que ainda encontramos intacto em Exodus , mas que, depois disso, desapareceu completamente. A fascinação premingeriana que foi a fonte de tantos elogios jamais foi tão evidente quanto nessas crônicas agridoces, nessas longas e lentas marchas de um homem para uma mulher ou de uma mulher para um homem, Laura , Alma em Pânico , O Rio das Almas Perdidas , Bom dia, tristeza . O Rio das Almas Perdidas é a maravilhosa combinação química de Robert Mitchum, Marilyn Monroe e o rio que não cessa de ritmar esse romance aveludado. O rio que, na época, assumiu uma nova dimensão graças ao for...