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Mostrando postagens de 2017

Crítica: Z - A Cidade Perdida (2016)

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O termo presente indica uma fatia instável do tempo que, agora, tornou-se passado. Visto que flui constantemente em direção ao futuro. Z - A Cidade Perdida , sexto longa-metragem do diretor James Gray, projeta com sensibilidade esse instante de tempo na tela. Acompanhamos a história do oficial britânico Percy Fawcett (Charlie Hunnam), que no início do século 20 liderou uma exploração na Amazônia para cartografar a divisa entre Brasil e Bolívia. Percy enxerga a missão como uma forma de elevar o nome dos Fawcett (no início do filme, autoridades lembram que seu pai era um "jogador beberrão"). Ele deixa para trás o velho continente e sua esposa Nina (Siena Miller), para aventurar-se na selva tropical com Henry Costin (Robert Pattinson). No fim da jornada, após encontrar potes de cerâmica quebrados, ele fica obcecado com a ideia de existir uma cidade perdida na floresta. Dominado pela cobiça, ao longo dos próximos 20 anos, Percy retorna duas vezes para lá.  Notem qu

10 filmes para conhecer a Nova Hollywood

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Esta é a primeira lista de filmes do blog, espero que vocês gostem do formato! Mais uma vez comentarei a respeito da Nova Hollywood , movimento cinematográfico que revolucionou o cinema estadunidense na década de 1970. Selecionar apenas 10 títulos de um extenso período (a Nova Hollywood  encerra-se em 1980) foi uma tarefa complicada. No entanto, acredito que as indicações (torço para que vocês assistam pelo uma dessas obras) contemplaram momentos importantes do movimento. Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas [ Bonnie and Clyde , 1967], de Arthur Penn Durante a Grande Depressão, Bonnie (Faye Dunaway) conhece Clyde (Warren Beatty) de forma inusitada, os jovens se apaixonam e tornam-se uma dupla de assaltantes que ficará marcada para sempre na história dos Estados Unidos. Mesmo possuindo diversos elementos da Hollywood clássica, o filme de Arthur Penn conseguiu trazer ousadia e juventude para os cinemas estadunidenses, no maior estilo Nouvelle Vague . Com a união desses elemento

Crítica: Logan (2017)

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Colecionei quadrinhos de super-heróis durante alguns anos, mas parei com o hobbie. Apesar disso, ainda nutro um enorme carinho pelas adaptações cinematográficas dessas histórias. Gostei bastante de Logan , novo filme do diretor James Mangold e, provavelmente, o último de Hugh Jackman no papel do personagem Wolverine. É uma obra que refresca o gênero e renova a nossa esperança como espectadores. Diferente dos outros filmes da franquia, não vemos heróis em ação, acompanhamos a jornada de um homem fisicamente e emocionalmente destruído. Por isso, o título Logan encaixa perfeitamente nesse projeto. O personagem, até então imbatível, luta para sobreviver em um mundo onde mutantes são perseguidos. Escondido no deserto, em um depósito abandonado, ele conta com o auxílio de Caliban (Stephen Merchant) para cuidar do debilitado Charles Xavier (Patrick Stewart), antigo líder do grupo X-Men. Quando Logan conhece Laura (Dafne Keen), criança mutante e fugitiva de um laboratório sini

Crítica: Zodíaco (2007)

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Há 10 anos  Zodíaco , sexto longa-metragem do diretor David Fincher, chegava aos cinemas. Eu era apenas um garoto na época, mas lembro de assisti-lo em casa, no DVD. Foi uma experiência diferente que marcou a minha infância. Hoje, após revisitá-lo, pude compreender melhor o impacto do filme na minha memória.  Baseado no livro de Robert Graysmith, acompanhamos as investigações para desmascarar o assassino em série Zodíaco. No final dos anos 1960 e início de 1970, ele aterrorizou a região de São Francisco ao enviar para os jornais códigos e cartas, assumindo a autoria de alguns assassinatos.  A obsessão é um conceito presente em  Zodíaco . Temos um assassino obcecado e três homens obstinados a encontrá-lo. Mark Ruffalo vive o detetive de São Francisco responsável pelo caso. Robert Downey Jr. interpreta o repórter destacado pelo  Chronicle  para fazer a cobertura das investigações. Por fim, na pele do cartunista do jornal, está Jake Gyllenhaal. Eu gosto de observar como a vid

Melhores filmes do Oscar 2017

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No próximo domingo, 26, ocorre a 89ª cerimônia do Oscar. Tenho o costume de registrar as minhas apostas e preferências, neste ano, vou dividir elas com vocês. Sem dúvidas, a estatueta mais aguardada e cobiçada da noite é a de Melhor Filme. Portanto, segue as minhas considerações sobre os nove títulos que disputam o prêmio. Começando por  A Chegada , um dos meus preferidos entre os indicados, que estreou ano passado no Brasil. Amy Adams, completamente esnobada pela Academia, interpreta uma linguista convocada por militares para estabelecer comunicação com extraterrestres que chegaram na Terra. É uma ficção científica incomum que explora com delicadeza os sentimentos humanos e enaltece a virtude do herói intelectual. Embora o filme tenha poucas chances de faturar o prêmio máximo, Denis Villeneuve pode ganhar, de maneira merecida, como Melhor Diretor. Até o Último Homem  me impressionou bastante. O novo trabalho de Mel Gibson conta a história real de um médico do exército que

Nasce a Nova Hollywood

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É trabalhoso sintetizar a  Nova Hollywood , movimento cinematográfico que transformou o cinema estadunidense na década de 1970. Assim como é complicado apontar um início para ele, visto que até hoje, pesquisadores discutem quando esse movimento nasceu. No entanto, mais do que apontar um exato momento para o surgimento da   onda , precisamos entender como ela ergue-se. Pensando nisso, compreenderemos um pouco do processo que levou ao nascimento dessa revolução. No decorrer dos anos de 1960, a indústria de Hollywood passava por um período de turbulência. Eles estavam investindo em produções milionárias, como o desastroso   Cleópatra   de 1963, que não conseguiam trazer lucro aos grandes estúdios. Enquanto isso acontecia, os filmes europeus ganhavam cada vez mais popularidade nas salas de cinema estadunidenses, principalmente as realizações francesas de cineastas como François Truffaut e Jean-Luc Godard, fundadores da  Nouvelle Vague . Os estúdios não captaram que o mundo est

Crítica: Eu, Daniel Blake (2016)

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Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes 2016, Eu, Daniel Blake , é o mais novo longa-metragem do cineasta britânico Ken Loach. Mesmo sem ter conferido os trabalhos anteriores, eu conhecia a fama do diretor. Loach é notório por abordar temas sociais e apresentar uma Inglaterra miserável, muito diferente daquela que nós, sul-americanos, estamos acostumados a ver. Nesse filme, percebemos com clareza essas características.   Após sofrer um ataque cardíaco, o carpinteiro Daniel Blake (Dave Johns) é afastado do trabalho pelos médicos. Desempregado, busca os benefícios concedidos pelo governo britânico a todos que estão nessa situação. Acontece que ele não consegue ter acesso ao serviço, devido a exagerada burocracia governamental e os diversos procedimentos digitais exigidos. Certo dia, enquanto tenta resolver os problemas, Daniel conhece Katie (Hayley Squires), mãe solteira de duas crianças e recém chegada na cidade. A moça tem dificuldades financeiras e aceita aju